quarta-feira, 6 de julho de 2011

Diga lá outra vez!

Cavaco Silva em Novembro de 2010 afirmava que "a retórica de ataques dos mercados era um erro", em Dezembro de 2010 que "Insultar os mercados prejudica a economia nacional".

Hoje, Cavaco Silva "congratula-se com a condenação da atitude da agência de notação financeira Moody’s por parte da União Europeia, de instituições europeias e internacionais e de vários governos europeus".

O que mudou? o governo. Mas, não nos fiquemos pelos raciocínios simples de partidarite aguda. Não é apenas isso. Es mucho mas grave.

A verdade é que este senhor não se emendou. Continua no poder e continua a insistir que a solução é austeridade, e austeridade, e trabalho e trabalho, e apertar o cinto e apertar o cinto, e perda de direitos sociais e perda de direitos sociais...apesar das frases que diz...

Não há tempo a perder. Quanto mais tempo este senhor e todos os outros (nacionais e europeus) se mantiverem no poder, com as suas falas simples sobre a austeridade e o apertar do cinto que não sentem, pior será a nossa situação. Estamos hoje a braços com um empréstimo mal explicado e que nunca conseguiremos pagar. Não há pedido de desculpas para a miséria e precariedade que a tentativa de se salvarem a si próprios e aos seus amigos já causou e irá ainda causar.

Meus caros, ele, os seus amigos, e todo o séquito de comentadores subservientes que os servem, foram avisados. TODOS foram avisados. E por muitos. Inclusive por um Prémio Nobel da economia, que já em em Dezembro de 2010 afirmava "Os defensores da austeridade prevêem que esta produza dividendos rápidos sob a forma de aumento da confiança económica, com poucos ou nenhuns efeitos negativos sobre o crescimento e o emprego; o problema é que não têm razão" e que a "que a estratégia correcta é emprego primeiro défice depois".

Dito isto, pouco mais há a dizer...não se trata aqui de uma ou outra opção política...trata-se de uma diferença muito clara entre uma política que se protege a si própria, se auto-preserva, e protege os seus lucros e amigos, e uma política que se quer centrada nos cidadãos, no seu bem estar, e por isso blindada a toda a escumalha de interesses financeiros que por aí anda. Perdoem-me o desabafo, mas a única solução é tirá-los, a TODOS, do topo da pirâmide e fazê-los pedir desculpa. A todos. Na cadeia. Porque quem sofre tem toda a legitimidade para traçar um limite para a miséria e desespero que tanta arrogância, individualismo e falta de sentido de estado podem causar.

Meus caros,

Não esperem pelo amanhã. O amanhã será apenas pior. Ainda mais irreversivel. Ainda mais difícil que o hoje. Venham para a rua. Agora. Já!. E exijam de uma vez por todos o que têm direito. Uma Democracia Verdadeira, que se preocupe convosco, que respeite os vossos sonhos (ainda que não lhe caiba garantir-los), e que acima de tudo, não vos trate como carne para canhão ou exército de escravos ao serviço de interesses economico-financeiros que nunca sequer saberão quem são!

No próximo fim de semana, não vão para a praia, não vão a concertos, não vão de férias. Porque quando regressarem a casa estarão contentes mas um pouco mais escravos e um pouco mais pobres. Venham ao Rossio. Venham ao Parque Edurado VII. Participem nestas ou noutras iniciativas da sociedade civil. Saiam de casa. Façam ouvir a vossa voz. De uma vez por todas! Se o vosso barco se afunda, pelo menos gritem por ajuda!

foda-se.

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