quinta-feira, 7 de julho de 2011

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Nas últimas horas surgiram inúmeros eventos no facebook de protesto contra a recente descida, pela Moody's, do rating da Républica Portuguesa. O assunto não é novo. Foi já um dos grandes argumentos de Sócrates na justificação das suas políticas de austeridade em 2010 e 2011. Nomeadamente na justificação dos cortes à função pública e restantes medidas dos PECs. É curioso que, hoje, os papeis inverteram-se. Mas há algo mucho mas grave. A falta de memória e reacção impulsiva do povo português a este tipo de iniciativas.
É fácil, e será até estimulado pelo actual governo, esta revolta contra um inimigo exterior. Esquece no entanto um pormenor importante. O que se passa cá dentro. É precisamente por causa destas agências e da forma como os mercados financeiros funcionam que estamos a sofrer a austeridade. Mas o que mais não faltou foi gente em Portugal que os apoiasse ao longo dos ultimos meses. Elas, os seus ratings, e os "mercados" em geral, foram e são usados como justificativo do plano de austeridade que está neste momento a ser aplicado. Srs. como o nosso Presidente da República, o nosso Primeiro-Ministro e muita gente do PS não hesitaram, em 2010, em considerar que os vatícinios das agências e dos mercados eram correctos e que o que havia a fazer era "apertar o cinto".  Cavaco chegou mesmo a sugerir que era anti-patriótico criticar as agências, que o que era preciso era trabalhar, trabalhar, trabalhar.
A pergunta base a colocar deverá ser: se as pomos em causa, não deveriamos por em causa o plano de austeridade e quem o defende?
Fica a pergunta. E a perplexidade de toda esta mobilização nacional ocorrer contra inimigos exteriores mas nunca contra aqueles que, internamente e usando-os como desculpa, se preparam para desbaratar o património público e acabar com direitos sociais fundamentais.

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